domingo, 6 de outubro de 2013

Sobre os vôos de uma lagarta-borboleta

Lembro que tudo começou para 30 pessoas, em comemoração aos meus 30 anos. Passaram-se 7 anos desde então e a força que a lagarta Judite tomou me surpreende. Sempre falei dos temas difíceis e sofridos da vida dessa lagartinha, mas ontem numa entrevista me dei conta de que o mais importante nessa história é o SONHO.

Bem lá no início que desembocou em tudo isso, está o sonho de partir, enfrentar (assim como Dom Quixote) outros moinhos de vento e o medo travou as asas e daí nasceu Judite. Bem verdade que ali estava se construindo o casulo para que eu pudesse voar mais alto do que havia imaginado e graças a ela (que é feita de todas as experiências que eu vivi e vivo) cheguei a lugares inimagináveis, tanto geograficamente quanto dentro de mim.

foto de Nei Lima, Edu autografando os livros

Judite toma força e me empurra e me joga longe com seus vôos... eu sempre penso nela lagarta, mas todos nós sabemos que já se transformou em borboleta há muito tempo. É borboleta quando recebo as palavras e os abraços de cumplicidade de quem a compreende e a tem dentro de si. É borboleta quando nos faz conhecer os meninos do IBCM onde iniciamos o projeto Despertando Judites (curso de Dança Contemporânea para crianças) que foi uma das experiências mais transformadoras que já vivi. É borboleta quando Gilles Pastor a assiste e a partir disso cria um projeto para trabalhar comigo e daí tive minha primeira experiência em teatro profissional e de cara já fui logo fazendo um Shakespeare e essa experiência se reverbera agora em São Cosme e Damião, trabalho que estrearemos dia 27/10. É borboleta no livro que produzimos em 2010 com ilustrações de amigos que assistiram ao espetáculo e nos presentearam com seus desenhos, massinhas, fotografias, arte digital, botões... E a borboletagem toda quando viaja pelo mundo, pelo interior, por outros estados? E alcança espaços infinitos quando inspira a poesia, a música, a dança, a contação de história de Ana Luiza, os desenhos, os olhares que recebemos de presente em todos os lugares que chegamos.

Voa mais alto em mim quando conseguimos realizar esse audiolivro que se transformou também em livro falado que é um projeto específico para cegos e será lançado brevemente. E pelo mais novo sonho que estamos construindo com cuidado e bem devagar para que seja duradouro e dê mais frutos que é o Casulo Juditi, uma ONG que estamos em fase de organização onde queremos que seja um espaço de arte, de troca, de criação e acessibilidade.

Judite é crisálida de asas grandes que acolhe e suporta carregar um mundaréu (amo essa palavra)... um mundaréu de amigos que vão se chegando e ficando. Que nos acompanham desde o seu nascimento até agora. De uma equipe que só agrega pessoas apaixonadas por ela, desde crianças até adultos.

foto de Nei Lima do audiotório do Museu lotado

Eu gostaria de agradecer a todas essas pessoas que são pipas acompanhando e fazendo Judite voar, mas como poderia sofrer com o esquecimento do nome de alguém, hoje, farei um agradecimento especial apenas a quem colocou o audiolivro nas nuvens e está contribuindo com este lançamento: Clarice Cajueiro, Cassio Nobre, Samuel de Assis, Malu Mader, André Mantelli, Joana Reseck, tia Mabel, Cintia Santos, Alê Nohvais, Ana Clara Oliveira, Nucleo Vagapara, Sergio Rivero, Fernanda Pinheiro, Paulo Lins, Alfa Bottons, Taty Haynne, Nyala Cardoso, aos apoiadores do Catarse porque sem esses 129 amigos não seria mesmo possível, apesar do Prêmio Arte e Inclusão que recebemos em 2011 pelo MINC, Flavia Motta, Valter Ornellas, Paloma Giolli
Fafá Daltro, Clea Maria, Aída e Catarina Gramacho (Ampla Produções e evento), a Bárbara (Diretora do Museu Carlos Costa Pinto) e toda sua equipe, em especial a Nairzinha que nos presenteou com seu projeto Cirandando Brasil.

E porque sem eles, nada faria sentido, agradecer eternamente a minha mãe Dinorah, minha irmã Paloma, meu amor Nei, Junior e ao meu pequeno-grande Rudá.

foto de Nei Lima, com Edu, Nairzinha e Cintia Santos 
fazendo tradução em LIBRAS das palestras.

Lembrando que os livros, em Salvador, ficarão à venda na loja do Museu Carlos Costa Pinto (Corredor da Vitória) e também no Sebo Porto dos Livros (Porto da Barra).

2 comentários:

Muadiê Maria disse...

Festa linda! Parabéns, Edu.

O SER HUMANO NÃO VALE PELA APARÊNCIA E SIM PELA ESSÊNCIA. disse...

Você merece Edu! Sempre achei que Judite foi gestada com tanta amor e nasceu com tanta LUZ que sua vida só poderia ser agregação infinita,deixando em cada um, um tanto de si.Sabe quando pensei estas coisas de Judite?Naquela apresentação na Barra. Sinta-se orgulhoso!!!