Todo jardim é o início dos voos de uma lagarta.
Mesmo sem asas, eu aprendi a voar sonhando com as pipas correndo no quintal da casa 53 de um bairro distante daquela cidade pequena do interior.
Mesmo sem asas, eu aprendi a voar sonhando com as pipas correndo no quintal da casa 53 de um bairro distante daquela cidade pequena do interior.
Para voar é preciso equilibrar o ar – respira e vai sem medo das tempestades que com certeza virão.
Sempre preferi os dias chuvosos, cinzentos. O azul intenso do céu me assustava e eu corria para a barra da saia de minha avó enquanto me inebriava com o cheiro dos doces que ela fazia e me acalmava impedindo que eu chorasse.
Eu nunca consegui chorar, embora tenha um nó na garganta desde que nasci.
Eu nunca consegui chorar, embora tenha um nó na garganta desde que nasci.
Dizem que não podemos fugir do nosso destino. Talvez, o meu seja esse nó que não desata, essa asa que não cresce, essa lágrima que não desce.
Mas, eu queria ter muitos destinos e no meio de tanto querer fui inventando de inventar um monte de invencionices e a maior delas foi que inventei um Jardim só para mim onde eu pudesse compartilhar olhares, afetos, amores.
Um Jardim que se transformasse num mundo e me fizesse voar, mesmo sem sair daquele quintal.
Mas, eu queria ter muitos destinos e no meio de tanto querer fui inventando de inventar um monte de invencionices e a maior delas foi que inventei um Jardim só para mim onde eu pudesse compartilhar olhares, afetos, amores.
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